Descrição

Este é um livro técnico e destina-se aos agrônomos de campo e a todos que trabalham na agropecuária e procuram uma resposta a inúmeros problemas que surgem diariamente, como: mau aproveitamento dos adubos, efeito cada vez mais pronunciado da seca, deficiências e doenças de toda espécie mas de controle difícil, compactações e adensamentos do solo, encrostamento da superfície do solo após as chuvas, erosão cada vez mais pronunciada, enchentes, mas também a germinação muito deficiente de sementes etc.

É escrito em linguagem simples, com exemplos práticos, evitando-se ao máximo possível o linguajar do especialista, somente compreensível a outro especialista. Tenta-se descrever os diversos fatores do solo dentro do contexto ecológico e procura-se dar suas, às vezes, complicadas inter-relações com os outros fatores para possibilitar seu manejo. Não analisa onde isso não for indispensável, não classifica nem cria alguma sistemática ou taxonomia, que são todas arbitrárias. Tenta dar uma visão do conjunto. E, se podemos usar um exemplo: enquanto os outros livros habituais descrevem, classificam e organizam os fatores do solo como na desmontagem e descrição das peças de um automóvel, este livro compõe, sintetiza, monta e fala do funcionamento do conjunto de todas as peças que formam o automóvel, possibilitando o seu uso e manejo.

“O futuro do Brasil está ligado à sua terra. 0 manejo adequado de seus solos é a chave mágica para a prosperidade e o bem-estar geral”.
ANA PRIMAVESI

Manejo Ecológico do Solo é o livro que revolucionou as ciências agrárias no Brasil. Publicado pela primeira vez na década de 1980, compila todo o conhecimento adquirido por anos de prática desta engenheira-agrônoma que é um ícone da Agroecologia: “Nunca tinha havido um livro que tratasse de solo, plantas, adubação e produção, junto com a biologia e a microbiologia do solo, nessa época quase ignoradas. E nunca ninguém tinha ouvido falar em bioestrutura" - explicou.

É, sem dúvida, a obra brasileira mais importante e relevante quando se estuda a vida do solo. 0 solo é vivo! E dele depende toda a vida no planeta.

Ana Primavesi foi uma mulher à frente de seu tempo: rompeu preconceitos e paradigmas, desvendou os mistérios da vida microscópica dos solos e nos legou esta obra para podermos manejar a terra sem depredá-la.

Devemos aprender a amar e cuidar da terra, porque tudo está interligado: física, química, biologia do solo; ciclos, cadeias, teias. A alteração em um fator afeta todos os outros, e por isso praticar o Manejo “Eco-lógico” do solo é premissa básica para um futuro próspero e em comunhão com a natureza.

A ciência clássica dá a impressão do solo ser suporte imutável, estático, o que de fato nunca foi e nunca será. Nós tentamos, pela primeira vez, mostrar o solo como é: um mecanismo complexo, animado, praticamente vivo, que se modifica constantemente, mas cujo manejo não é tão difícil, conhecendo-se os seus princípios básicos. Modificando somente um único fator do complexo ecológico, que é o solo, modificam-se todos os demais fatores automaticamente, a fim de formar um equilíbrio novo em que cabe o fator modificado. Quando estamos cientes disso, podemos manejar todos os fatores à vontade. Se interviermos inconscientemente, as modificações sobrevirão do mesmo modo, mas nem sempre como esperamos. Há por isso a “luta contra a natureza”, que parece ingrata e traiçoeira.

As técnicas agrícolas devem ser adaptadas aos nossos solos e ao nosso clima tropical. E se o Presidente da República diz: “a tecnologia é boa, mas cara demais e tem de ser adaptada”, tem toda razão porque tecnologia não adaptada não maneja, mas tenta forçar a natureza, obtendo resultados pequenos onde poderia ter resultados altamente compensadores.

Por muito tempo acreditou-se que nosso clima não permitiria colheitas elevadas. Mas pergunta-se: Solos virgens, recém-roçados têm clima diferente dos solos vizinhos, cultivados há anos? Por que os primeiros produzem, geralmente, muito bem e os segundos apresentam a cada dia outros problemas que deprimem as colheitas?

Foi-nos possível produzir colheitas altíssimas em solos abandonados, com técnicas simples, adaptadas ao nosso clima. Nunca perguntávamos pelo know-how, a técnica, mas sempre perguntávamos pelo know-why, o porquê da técnica, a sua razão de ser. E produzimos colheitas altas por preços menores que os costumeiros.

Os conhecimentos, para um agricultor dedicado, talvez não sejam novos. Nova é somente a coragem de dizer NÃO ao passado e trilhar nosso caminho tropical.

Para a compreensão melhor deste livro sugerimos que a primeira parte seja lida com muita atenção, pois fornece a base para a segunda. Caso contrário poderá sofrer em sua interpretação, que, bem feita, tornará nossa agricultura mais segura, mais lucrativa e mais sadia.

PREFÁCIO – XI
INTRODUÇÃO – XIII
A DISTRIBUIÇÃO DAS ÁREAS AGRÍCOLAS E PASTORIS NO BRASIL - XIV
A SITUAÇÃO DA AGRICULTURA NAS ZONAS TROPICAIS – XVI

PARTE 1 – ELEMENTOS DE MANEJO – 1

CAPÍTULO 1 – A FISIOLOGIA DA PLANTA NOS TRÓPICOS
COMO A PLANTA FORMA AS SUBSTÂNCIAS ORGÂNICAS – 3
COMO É OBTIDA A ENERGIA – 4
A ÁGUA NA PLANTA – 4
TERMOSTATOS NATURAIS: AS FLORESTAS – 6
A ABSORÇÃO DE ÁGUA PELA PLANTA – 7
A GERMINAÇÃO E A QUALIDADE DA SEMENTE – 10
A TEMPERATURA E A PRODUÇÃO VEGETAL – 13
O ABASTECIMENTO DA PLANTA COM ÁGUA – 17
O GASTO DE ÁGUA PELAS PLANTAS – 20
RESUMO – 24
A DIMINUIÇÃO DA RESPIRAÇÃO DAS PLANTAS – 24
RESUMO – 28
O OXIGÊNIO NO SOLO – 29
FATORES QUE CONTRIBUEM À METABOLIZAÇÃO RÁPIDA PELA PLANTA – 32
RESUMO – 34

CAPÍTULO 2 – A RAIZ
A FORMA DA RAIZ – 39
OS FATORES DOS QUAIS DEPENDE O ENRAIZAMENTO DE UM SOLO – 40
A ABSORÇÃO DE NUTRIENTES E SEU EFEITO SOBRE A RAIZ – 60
EFEITO DO ESPAÇAMENTO SOBRE O TAMANHO DA RAIZ – 67
ALUMÍNIO TÓXICO NA RIZOSFERA – 69
RESUMO – 70

CAPÍTULO 3 – O SOLO
A PARTE MINERAL – 78
O SOLO DE CLIMA TROPICAL E SUA FORMAÇÃO – 80
A ÁGUA NA FORMAÇÃO DO SOLO – 87
INTER-RELAÇÃO CLIMA E SOLO – 89
O ALUMÍNIO NO SOLO "TROPICAL" – 92
A RIQUEZA MINERAL DO SOLO "TROPICAL" – 94
O SILÍCIO NO SOLO "TROPICAL" – 95
RESUMO – 96

CAPÍTULO 4 – A MATÉRIA ORGÂNICA
CONCEITO E EFEITO – 101
CONDIÇÕES SOB AS QUAIS O HÚMUS SE FORMA – 102
RESUMO – 105
FORMAS E VALOR DO HÚMUS – 105
CÁLCIO x HÚMUS – 110
ÁCIDOS POLIURÔNICOS E OS RESTOS ORGÂNICOS DA COLHEITA – 113
OS BENEFÍCIOS DA MATÉRIA ORGÂNICA EM DECOMPOSIÇÃO E DO HÚMUS – 117
A SANIDADE VEGETAL E A MATÉRIA ORGÂNICA - 119
A QUANTIDADE DE ÁCIDO HÚMICO QUE BENEFICIA A PLANTA – 120
A MATÉRIA ORGÂNICA INDECOMPOSTA, O HÚMUS E O CULTIVO – 122
A ADUBAÇÃO VERDE E O ESTRUME DE CURRAL – 124
RESUMO – 127

CAPÍTULO 5 – A BIOLOGIA DO SOLO
A MESO EA MACROFAUNAE SEU MANEJO – 133
O SOLO E SUA VIDA – 140
O EFEITO DA MESO E DA MACROFAUNA SOBRE A ESTRUTURA E FERTILIDADE DO SOLO – 141
O FATOR ALIMENTO COMO REGULADOR DA POPULAÇÃO DO SOLO – 143
OS FATORES DO MEIO AMBIENTE E SUA AÇÃO SELETIVA SOBRE A FAUNA – 145
A RELAÇÃO ENTRE OS ANIMAIS – 148
OS ANIMAIS QUE PREDOMINAM EM SOLOS "TROPICAIS" – 149
CONTROLE E MANEJO DA FAUNA DO SOLO – 149
A MATÉRIA ORGÂNICA NO CONTROLE DOS ANIMAIS DO SOLO – 151
RESUMO – 153

CAPÍTULO 6 – A MICROBIOLOGIA DO SOLO
COMO OS MICRORGANISMOS SE ALIMENTAM – 158
INFLUÊNCIA DO SOLO SOBRE A ATIVIDADE MICRORGÂNICA – 163
OS MICRORGANISMOS DO SOLO "TROPICAL" – 164
A RELAÇÃO PLANTA-MICRORGANISMOS – 165
MICORRIZASE SEU MANEJO – 166
A RIZOSFERA E SEU EFEITO – 170
AS BACTÉRIAS NODULADORAS E SEU MANEJO – 171
RESUMO – 173
FIXADORES DE NITROGÊNIO NO FILOPLANO (FOLHAS) – 173
A FIXAÇÃO DE NITROGÊNIO POR ALGAS – 178
RESUMO – 180
COMO SE CRIAM AS CONDIÇÕES PARA A FIXAÇÃO DE NITROGÊNIO – 180
RESUMO – 181
MICRORGANISMOS QUE MOBILIZAM FÓSFORO NO SOLO – 181
MICRORGANISMOS QUE CONTRIBUEM À AGREGAÇÃO DO SOLO – 183
RESUMO – 187
MEIOS DE INFLUENCIAR OS MICRORGANISMOS DO SOLO – 187
RESUMO – 191

CAPÍTULO 7 – A BIOESTRUTURA DO SOLO
QUE É BIOESTRUTURA? – 199
A POROSIDADE DO SOLO – 202
A RESISTÊNCIA DOS GRUMOS E O EFEITO DA ESTRUTURA GRUMOSA – 206
ESTABILIZAÇÃO E PROTEÇÃO DOS GRUMOS – 211
RESUMO – 215
O EFEITO DO CULTIVO SOBRE A BIOESTRUTURA – 216
COMO OCORRE A DESTRUIÇÃO DOS GRUMOS DO SOLO? – 218
ANÁLISES DA BIOESTRUTURA – 221
O EFEITO DAS MÁQUINAS AGRÍCOLAS SOBRE A ESTRUTURA ATIVA DO SOLO – 223
A BIOESTRUTURA E SUA RELAÇÃO COM O CLIMA E A EROSÃO – 228
A EROSÃO – 233
A PROTEÇÃO DA BIOESTRUTURA – 239
RESUMO – 243
MEDIDAS DE CONSERVAÇÃO DA PERMEABILIDADE EM PASTAGENS – 244
RESUMO – 245

CAPÍTULO 8 – A ADUBAÇÃO E A NUTRIÇÃO VEGETAL
A PRODUTIVIDADE DO SOLO – 253
O SOLO COMO SISTEMA DINÂMICO – 254
O PH DO SOLO – 254
RESUMO – 260
O CÁLCIO E A CALAGEM – 262
A ACIDIFICAÇÃO DO SOLO PELA ADUBAÇÃO – 269
A ABSORÇÃO DOS NUTRIENTES – 271
AS PROPORÇÕES ENTRE OS NUTRIENTES NA PLANTA – 273
RESUMO – 279
A IDADE FISIOLÓGICA DA PLANTA E SEU EFEITO SOBRE A ABSORÇÃO – 279
A INFLUÊNCIA DA SOMBRA E DA INSOLAÇÃO DIRETA SOBRE A ABSORÇÃO – 281
RESUMO – 284
A RIQUEZA MINERAL DA SEMENTE E A ABSORÇÃO DE NUTRIENTES – 284
RESUMO – 286
A ADUBAÇÃO – 287
RESUMO – 294
O CLIMA E A ABSORÇÃO DE NUTRIENTES – 298
A EDIFICAÇÃO DE UMA PRODUTIVIDADE MAIOR DO SOLO – 299
OS ELEMENTOS NUTRITIVOS PRINCIPAIS E SUAS INTER-RELAÇÕES – 301
RESUMO – 318
A QUALIDADE DOS PRODUTOS VEGETAIS COMO CONSEQUÊNCIA DE SUA NUTRIÇÃO – 328
ADUBAÇÃO FOLIAR – 328
RESUMO – 330
CONSUMO DE ADUBOS E ENERGIA – 330

PARTE 2 – MANEJO ECOLÓGICO DO SOLO TROPICAL
INTRODUÇÃO – 345

CAPÍTULO 9 – O MANEJO DO SOLO
O MANEJO DO SOLO EM ZONAS TROPICAIS E SUBTROPICAIS – 347
RESUMO – 350
COMO MANEJAR O SOLO TROPICAL – 351
A ARAÇÃO MÍNIMA DO SOLO – 355
O PLANTIO DIRETO (P.D.) – 360
RESUMO – 367
MODOS DE ROÇA E SEU EFEITO SOBRE O SOLO – 369
RESUMO – 374
O PROBLEMA DAS ERVAS INVASORAS E SUA ELIMINAÇÃO (INÇOS, ERVAS DANINHAS OU ERVAS-MÁS) – 375
A PROTEÇÃO DA SUPERFÍCIE DO SOLO CONTRA O IMPACTO DA CHUVA – 376
RESUMO – 382
COBERTURA PLÁSTICA – 383
RESUMO – 395
O SOMBREAMENTO DA CULTURA – 395
RESUMO – 398
A MANUTENÇÃO DA VIDA DIVERSIFICADA DO SOLO E A SAÚDE VEGETAL – 398
A ROTAÇÃO DAS CULTURAS – 402
A EROSÃO – 413
A CALAGEM E A ADUBAÇÃO RACIONAL E A QUALIDADE DO PRODUTO – 416
PROBLEMAS DE MECANIZAÇÃO – 422
SOLOS DE ARROZ IRRIGADO: A ADUBAÇÃO DE SOLOS SUBMERSOS – 425
RESUMO – 432
RESUMO – 446
A DESSALINIZAÇÃO DE SOLOS ALCALINOS E SALINOS – 446
RESUMO – 449
RESUMO GERAL SOBRE O MANEJO DOS SOLOS TROPICAIS – 449

CAPÍTULO 10 – SOLOS ESPECIAIS
O MANEJO DO SOLO PASTORIL – 458
A PASTAGEM ARTIFICIAL – 463
A IMPLANTAÇÃO DE FORRAGEIRAS – 465
A LIMPEZA DO PASTO – 468
O MANEJO PASTORIL – 474
A ADUBAÇÃO PASTORIL – 479
RESUMO – 482
O MANEJO DOS SOLOS DO CERRADO – 485
AS TRÊS CONSTANTES DO CERRADO – 489
A RECUPERAÇÃO DOS CERRADOS – 495
PASTAGENS NO CERRADO – 500
RESUMO – 502
MANEJO DOS SOLOS DA MATA AMAZÔNICA – 504
A PRODUÇÃO NA AMAZÔNIA LEGAL – 516
O PREPARO DO SOLO DA ZONA EQUATORIAL – 519
A FORMAÇÃO DE PASTAGENS NA AMAZÔNIA – 520
RESUMO – 521
PALAVRAS FINAIS – 522
ADUBAÇÀO VERDE – 524
COBERTURA DO SOLO – 526
RESUMO – 531
GLOSSÁRIO – 533
ÍNDICE DE TEMAS - 539


Autora: Ana Primavesi
Ano: 2021
Número de Páginas: 544
Tamanho: 16 x 23 cm
Editora: Nobel
Acabamento: Brochura
ISBN: 9788521300045