Descrição

Os solos estão no âmago de todos os ecossistemas terrestres e, nós pedólogos, acreditamos que seus conhecimentos devem ser por nós difundidos, já que são fundamentais para qualquer atividade humana relacionada à lida com a terra. Tal como eu, o colega Carlos R. Espínola iniciou seus estudos sobre os solos em uma época na qual tínhamos mais oportunidades de aprimorar nossos conhecimentos do que as que hoje têm os estudantes de pós-graduação em Ciência do Solo. Dos anos 70 aos 90 do século passado, era possível participarmos de inúmeros cursos, simpósios e reuniões científicas - tanto no Brasil como no exterior - que incluíam esclarecedoras excursões de campo. Acredito que Espínola se sinta privilegiado por ter vivenciado essa época que marcou a nossa formação acadêmica e profissional de forma significativa e, por isso, deve se sentir como que compelido a divulgar seus conhecimentos. Tanto que, hoje, após tantas contribuições feitas a pesquisa em pedologia, Espínola nos brinda com mais esta obra: "O Solo, da Gestão à Maturidade".

Colocando muitas citações de um grande número de autores concatenadas pelos comentários que apresenta, Espínola inicia este seu novo livro discutindo sobre como o reino inanimado - os minerais e rochas - inauguraram nosso planeta. Lendo-o podemos nos dar conta de que as rochas podem ser consideradas as páginas de um livro da história geológica, e os seus minerais, os caracteres com os quais o livro foi impresso. E, assim, vamos aprendendo que as rochas e seus minerais - e suas estruturas - constituem a superfície sobre a qual o solo poderá ser lido. Para reforçar essa idéia, Espínola discorre, com detalhes, sobre o que chama "generalidades sobre minerais e rochas", um capítulo em que descreve as classes, as estruturas cristalinas, e a composição dos principais minerais e rochas que dão origem a nossos solos.

Em seguida, no Capítulo III, ele apresenta as várias hipóteses sobre como, das células cristalinas dos minerais, surgiram às células dos seres viventes. Detendo-se depois sobre a flora e fauna do solo, reconhece que o solo não pode ser estudado somente sob o ponto de vista da física e química. Nesse capítulo, há uma interessante abordagem sobre como os organismos interagem com os minerais. O autor nos explica, por exemplo, como, desde o início do desenvolvimento de um solo, os componentes orgânicos associam-se aos minerais, comentando sobre os mecanismos dessas interações organomineralógicas.

Já no Capítulo IV, descreve os métodos para identificação dos constituintes do solo, ressaltando-se a importância das várias escalas de trabalho e o uso das técnicas modernas de análise. Essa descrição evidencia que as informações acerca da sua composição são muito importantes para entendemos como o solo vai se transformando, desde sua gestação até a maturidade.

Passando pelas transformações ocasionadas pelas reações do intemperismo - que Espínola no capítulo V chama de "Derruição e Síntese na Gênese do Solo" o livro chega a seu ápice no Capítulo VI, no qual são feitas esplêndidas considerações sobre a evolução dos solos.

Enfim, o conjunto de seis capítulos desta obra oferece uma extensa e aprofundada compreensão da origem, das interações, processos e reações que levam um solo “embrião" a tornar-se "adulto". Esta é, sem dúvida, uma leitura aconselhável para todos aqueles que se interessam em conhecer e difundir seus conhecimentos sobre o solo como um recurso natural.

Autor: Carlos Roberto Espíndola
Ano: 2018
Número de Páginas: 251
Tamanho: 14,5 x 20,5 cm
Editora: Funep
Acabamento: Brochura
ISBN: 978-85-7805-180-8