Descrição

Recentemente, merecem destaque dois fatos marcantes na vida dos brasileiros. O primeiro relaciona-se ao acesso de grande contingente da população aos alimentos em geral, e o segundo refere-se à mudança de hábitos observada naquelas classes de pessoas que já tinham acesso aos alimentos, mas em função de massiva propaganda tem aderido cada vez mais a alimentos benéficos à saúde, em especial as frutas e hortaliças. Esses fatos implicam um crescimento da demanda por alimentos em quantidade e de boa qualidade tanto no aspecto físico visual como em termos de segurança alimentar.

Ao se considerar a questão da segurança alimentar, aparentemente não há grande preocupação com a questão do abastecimento de hortaliças que tem sido atendido satisfatoriamente no País. Entretanto, preocupa muito o fato de que as hortaliças ainda despertam muita desconfiança do consumidor por diversas razões, que vão da contaminação por patógenos até os excessos de agroquímicos e de alguns nutrientes.

As hortaliças tradicionalmente são cultivadas em solos a céu aberto ou cultivo protegido e em sistemas hidropônicos em soluções nutritivas ou substratos. Merece destaque também o cultivo orgânico bastante praticado para algumas hortaliças, principalmente as folhosas. Diante dessa diversidade de sistemas de produção, o presente simpósio apresenta-se como uma excelente oportunidade para discussão dos aspectos relacionados com a nutrição mineral das hortaliças, visando a altas produtividades e ao diagnóstico do equilíbrio nutricional para se evitarem excessos de nutrientes prejudiciais ao ambiente de produção e à saúde das pessoas que usam como alimento.
São abordados, inicialmente, temas abrangentes relativos aos desafios de se conduzir uma nutrição equilibrada nos diversos sistemas de produção com tantas variedades de hortaliças e como uma nutrição adequada dessas plantas que pode influenciar na qualidade dos alimentos delas derivados. São abordados mecanismos de defesa das plantas aos estresses ambientais e algumas possibilidades de potencialização da defesa das plantas a patógenos foliares pela aplicação de insumos específicos, como o silício.

Na fase seguinte, o leitor vai ser conduzido a temas mais voltados para o diagnóstico nutricional, detalhando-se conceitos matemáticos visando à qualidade do diagnóstico. São abordados métodos convencionais e outros alternativos, como testes bioquímicos, muito pouco praticados, mas com excelente potencial de uso em hortaliças. As análises da seiva das plantas e medidas de clorofila são oportunamente levadas à discussão, uma vez que podem ser muito úteis no diagnóstico nutricional das hortaliças como já acontece em alguns países desenvolvidos. O DRIS, como método de avaliação nutricional, aparece como outra ferramenta útil para monitoramento nutricional, principalmente na determinação do equilíbrio nutricional das hortaliças.

Em seguida, o trabalho tem uma ótima apresentação sobre o cultivo hidropônico de hortaliças, visando à alta eficiência nutricional. A parte complementar do trabalho envolve uma abordagem mais específica para algumas hortaliças, como alface, batata, tomate, pimentão, pepino e as crucíferas couve-flor, brócolis e repolho. São tratados detalhes da nutrição e dos sistemas de diagnóstico nutricional dessas plantas.

Como se percebe, o simpósio e os temas tratados nessa publicação dão uma visão abrangente dos diversos aspectos relacionados com a nutrição, visando a alta produtividade e, por outro lado, os sistemas de diagnósticos propostos podem ser estendidos como ferramentas para diagnósticos da qualidade da produção com reflexos na segurança alimentar dos consumidores.

Ao me concederem a honra de redigir esse prefácio, os organizadores desse simpósio me deram a oportunidade de descobrir uma nova geração de mestres muito capazes de conduzir os estudos de nutrição mineral das plantas com toda a competência para assegurar a continuidade do crescimento da produtividade e qualidade da agricultura brasileira, garantindo o que hoje se convenciona como sustentabilidade. Aos organizadores nosso estímulo para que venham os próximos simpósios, quem sabe numa abrangência muito maior do que paulistas, uma vez que a experiência já está consolidada.
Minha gratidão pela oportunidade. Sucesso a todos.

Capítulo 1
Introdução à nutrição de plantas: diagnose foliar em hortaliças – 01

Capítulo 2
Contribuição da nutrição adequada para qualidade dos alimentos – 09

Capítulo 3
Avanços e desafios da nutrição de hortaliças – 45

Capítulo 4
Mecanismos de defesa da planta a estresses – 63

Capítulo 5
Uso do silício no controle de doenças foliares – 91

Capítulo 6
Perspectivas de uso de métodos diagnósticos alternativos: testes bioquímicos – 109

Capítulo 7
Perspectivas de uso de métodos diagnósticos alternativos: análise da seiva e clorofila – 135

Capítulo 8
DRIS como método diagnóstico de nutrição mineral de plantas – 185

Capítulo 9
DRIS em hortaliças – 199

Capítulo 10
Medidas de acurácia para diagnósticos nutricionais e seu impacto no manejo das adubações – 213

Capítulo 11
Cultivo hidropônico de hortaliças visando à alta eficiência nutricional – 237

Capítulo 12
Diagnose foliar na cultura da alface – 253

Capítulo 13
Diagnose foliar nas culturas da couve-flor, do brócolos e do repolho – 279

Capítulo 14
Diagnose foliar na cultura do pimentão e do pepino – 303

Capítulo 15
Diagnose foliar na cultura do tomate – 313

Capítulo 16
Diagnose foliar na cultura da batata – 343

Capítulo 17
Diagnose foliar na cultura do morango – 361


Autores: Renato de Mello Prado, Arthur Bernardes Cecílio Filho, Marcus André Ribeiro Correia e Aline Peregrina Puga
Ano: 2010
Número de Páginas: 376
Tamanho: 15 x 21 cm
Editora: Funep
Acabamento: Brochura
ISBN: 978-85-61848-08-8