Descrição

A giberela causada pelo fungo Gibberella zeae (Schwabe) Petch. (forma anamórfica Fusarium graminea-rum Schwabe) é considerada uma das doenças que mais danos causa na cultura do trigo na região Sul do Brasil em razão da frequência de ocorrência, intensidade de danos e dificuldade de controle.

É observada causando danos nas regiões tritícolas onde o ambiente é úmido e quente, com precipitações pluviais frequentes na fase de florescimento do trigo (Reis & Casa, 2007). A intensidade da giberela é altamente dependente, dentre outros fatores, das condições ambientais para o seu estabelecimento. Por isso, as epidemias variam de ano para ano.

No Brasil a primeira referência à giberela provavelmente ocorreu em 1942, em Veranópolis, Rio Grande do Sul. Por ocasião da 4 Reunião da Comissão Técnica de Trigo, realizada em 1950, o Eng. Agr. Benedito O. Paiva chamou atenção para a doença e registrou a necessidade de serem selecionadas cultivares resistentes a ela. propondo uma escala de avaliação e apresentando dados do comportamento de cultivares.

Com a adoção e o incremento do sistema plantio direto na palha, no final da década de 1980 e início da década de 1990, houve uma mudança significativa nos sistemas de manejo do solo e de sucessão e rotação de culturas devido a isso, a giberela considerada doença de importância secundária tornou-se uma doença de importância primária.

A giberela dos cereais de inverno é uma doença de controle difícil, e várias razões contribuem para justificar essa afirmação: Fusarium/Gibberella apresenta ampla gama de hospedeiros; o fungo tem a habilidade de formar peritécios saprofiticamente sobre inúmeros substratos vegetais; tem a soja como hospedeiro e está presente nas sementes e nos restos culturais da soja.

Os danos causados pela giberela são qualitativos e quantitativos. Os qualitativos são atribuídos principalmente à infecção dos grãos e semente por espécies de Fusarium que produzem metabolitos secundários (micotoxinas) e afetar a saúde humana e animal. Os danos quantitativos no rendimento do trigo podem chegar a 27%. Por isso, esforços tem sido desprendidos na busca da melhora da eficiência.

As estratégias de controle disponíveis ainda não reduzem os danos causados pela doença a níveis sub-econômicos. Neste caso, são exigidas mais informações detalhadas sobre as fases do ciclo da doença para racionalmente identificar as mais vulneráveis a fim de se romper o ciclo com o uso de estratégias sustentáveis para a minimização de seus danos.

Desde as primeiras ocorrências de giberela em trigo, a pesquisa brasileira intensificou esforços no desenvolvimento de genótipos com maiores níveis de resistência e atuou no desenvolvimento de sistemas de manejo integrado para o controle da giberela. Apesar do desenvolvimento de cultivares com melhores níveis de resistência, estes ainda não são suficientes para reduzir as perdas ou danos na qualidade dos grãos em anos em que as condições são muito favoráveis ao desenvolvimento da doença.

No momento e em curto prazo a proteção química dos sítios de infecção é a tática que pode apresentar o maior potencial de sucesso, apesar de sua eficiência ser baixa (40-50%) pode ser melhorada.

As informações constantes neste livro certamente servirão de subsídios àqueles que se dedicam a produzir alimentos buscando a sustentabilidade dos sistemas de produção e a satisfação dos profissionais ligados ao setor.

Apresentação – 3
Autores – 5

Capítulo 1. Sistemática, morfologia, isolamento e produção de inóculo de Fusarium graminearum e Gibberella zeae – 11

Capítulo 2. Sintomas e Sinais de Giberela em Trigo, Cevada e Triticale – 21

Capítulo 3. Ciclo da doença em trigo – 31

Capítulo 4. Sobrevivência – 43

Capítulo 5. O processo infeccioso – 55

Capítulo 6. Danos causados nos hospedeiros – 73

Capítulo 7. Regiões de risco para a ocorrência da giberela (Gibberella zeae) em trigo, no sul do Brasil – 87

Capítulo 8. Validação de modelo climático de ocorrência da giberela em trigo – 113

Capítulo 9. Fitopatometria – 117

Capítulo 10. Efeitos da infecção por Fusarium/Gibberella na qualidade e segurança de grãos, farinhas e produtos derivados – 131

Capítulo 11. Controle – 176
Capítulo 11.1. Manejo integrado – 177
Capítulo 11.2. Progresso no melhoramento genético de trigo visando a resistência a giberela – 185
Capítulo 11.3. Tratamento de sementes com fungicidas – 199
Capítulo 11.4. Fungicidas indicados pela pesquisa, momento da aplicação e eficiência do controle de giberela na cultura do trigo – 215
Capítulo 11.5. Sensibilidade de Fusarium graminearum a fungicidas, in vitro – 235
Capítulo 11.6. Tecnologia de aplicação de fungicidas – 253

Organizador: Erlei Melo Reis
Ano: 2011
Número de Páginas: 264
Tamanho: 15,5 x 22 cm
Acabamento: Brochura
ISBN: 978-85-7912-074-9